Nutrição Emocional
- nutremotion
- 29 de jan. de 2016
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Já muito foi escrito acerca das emoções, mas o que é a nutrição emocional? Está relacionada com a comida? A alimentação? Até que ponto somos influenciados por elas? Enquanto bebés associamos a alimentação, à sobrevivência, conforto e bem-estar, e sobretudo à vinculação (ao elo que estabelecemos) com a mãe. A comida é sinónimo de afecto, carinho, cuidado, segurança, um meio de relacionamento com a mãe, que é a primeira ligação com o mundo externo. Ao longo do crescimento atribuímos um significado à alimentação, como mecanismos de recompensa, de compensação, mas também de castigo, e de restrição, estabelecendo-se desta forma uma relação dinâmica entre alimentação e emoções.
As emoções têm um papel activo na regulação interna e constante do organismo. Podemos classificá-las como primárias, secundárias e de fundo. As primárias são consideradas inatas, sendo comuns a todos os seres humanos. As secundárias são mais complexas, dependendo de factores sócio-culturais. Pode-se considerar, ainda, as emoções de fundo, induzidas por estímulos internos com origem em processos físicos ou mentais, de tensão, fadiga e/ou energia, expressando-se em alterações músculo-esqueléticas. Quer gostemos delas ou não, a verdade é que temos, sim temos de viver com elas, pois são essenciais à nossa saúde, funcionamento e bem-estar.

A nutrição emocional não se restringe à alimentação emocional, ou fome emocional… vai muito além disso! Apesar de intrinsecamente ligada à questão da alimentação no seu conceito global, a nutrição emocional abarca todo o processo de relacionamento que estabelecemos com as nossas emoções e o impacto destas no nosso auto-conhecimento, e relacionamento com os outros.
Vivemos numa era de constantes estímulos, virtualidades e nanosegundos… Há que parar e olhar para dentro, ter-se a noção de quem se é, o que se quer. É importante identificar aquilo que nos faz bem, e o que nos faz pior – tal como escolhemos alimentos saudáveis de boa qualidade – há que ter a noção de que a nutrição emocional passa pela satisfação interna e pela relação com o ambiente. As nossas relações fazem com que nos sintamos nutridos ou não emocionalmente. Por isso, é tão importante o auto-conhecimento, a noção do espaço interno…
A nutrição está ligada ao acto de cuidar de si mesmo, dando atenção ao que está em falta, carente, desnutrido… a nutrição emocional ocorre quando a pessoa se conhece, respeitando os seus limites e necessidades. Da mesma forma, que o nosso corpo se “livra” daquilo que é excessivo e desnecessário ao equilíbrio, há que fazer um processo de depuração emocional, deixando ir aquilo que nos desagrada e não confere interesse para o nosso processo de mudança, pelo contrário constitui-se como meio de desgaste e distracção.
Aceitar, deixar ir, perdoar, libertar-se daquilo que já não tem interesse para a nossa regulação e equilíbrio emocionais, faz parte de um processo fulcral para a promoção de uma nutrição emocional, rica e estável. A propósito, como está a sua nutrição emocional? As suas emoções estão em forma?
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